A Mulher Adultera

"E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?"
João 8:3-5


Esta passagem do Evangelho de João, é sobejamente conhecida, ainda assim, suscita várias questões. Em primeiro lugar, um leitor menos atento, diria que os escribas e fariseus estavam a ser justos...e a cumprir a lei de Deus, pois efetivamente, a lei de Moisés, condenava á morte o ato de adultério...se a mulher tinha sido apanhada no próprio ato, era evidente que merecia morrer. Mas uma leitura mais atenta, descobre aqui uma falha e uma violação da própria lei...a lei de Moisés condenava á morte, ambos os adúlteros, tanto o homem como a mulher, se os escribas e fariseus deixaram ir o homem e só trouxeram a mulher...estavam a ser injustos e parciais. Tal atitude, revela tanto um preconceito machista, por parte destes mesmos doutores da lei...como da mesma sociedade Judaica da altura, que os acolhia. Também revela, o calculismo e hipocrisia, dos escribas e fariseus...o objetivo ultimo, que era estender uma armadilha a Jesus. Isto mesmo diz o verso 6, "Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de o acusar...", era conhecida, a oposição dos mesmos doutores da lei, em relação a Jesus e como mais de uma vez, procuraram mata-lo e desacreditar. Mas o texto prossegue e diz, no mesmo verso 6 "Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.", muito se tem escrito sobre este versículo, especulando-se acerca do que escrevia Jesus...na verdade, Jesus Cristo, estava apenas, num tempo morto do seu dia...descansando, não escrevia nada de concreto, apenas rabiscava a terra. Mas o relato prossegue, versos 7 e 8 "E como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E tornando a inclinar-se, escrevia na terra."...surpresa geral, Cristo confronta-os consigo mesmos e torna a rabiscar na terra e o verso 9 diz-nos que um a um...a começar pelos mais velhos retiraram-se todos, ficando só a mulher e Jesus...e diz o verso 10 que endireitando-se Jesus, perguntou por aqueles que a acusavam e se nenhum a tinha condenado, ao que ela respondendo no verso 11...que nenhum o tinha feito, Jesus lhe diz "...Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais."...Cristo, abre aqui um novo precedente, a lei do perdão...ele que era o único que a podia condenar, não o fez. Que possamos olhar para este Jesus, como nosso Salvador e Senhor, entregando-lhe a nossa vida.

Os Olhos e o Coração

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
Mateus 5:27-29


Segundo a lei de Deus no Velho Testamento, o ato de adultério, era punido com o apedrejamento, até á morte...de ambos os adúlteros. Aliás, a lei de Deus, previa a mesma pena para os homossexuais, os blasfemos e os filhos desobedientes. Hoje, na sociedade Ocidental, liberal e permissiva, é possível questionar estas leis e em nome dos Direitos Humanos...apontar o dedo e questionar o carácter de Deus. Como cristão, o que posso dizer, é que esse pensamento é demasiado simplista e o carácter de Deus é Santo, Justo, sendo Deus todo-poderoso...sendo também, Amoroso, motivo pelos quais, essa classe de pessoas, não são mortas hoje...pelo menos na sociedade Ocidental.
    Mas, não é para analisar o pensamento Ocidental e a Lei Mosaica, que escrevo estas linhas. O objetivo é sim, determo-nos sobre os três versículos acima citados. Quando Jesus disse estas palavras, referiu-se ao adultério, não como simples ato material, mas como algo que nasce no coração do homem, na sua mente...por via dos olhos. Segundo ele, o adultério, mesmo antes de ser consumado, já é um pecado que mancha a alma. Tais palavras, revelam um conhecimento profundo do ser humano, e diz-nos, que mesmo antes de consumar o ato, o homem namora a ideia de o fazer, estimulado, via regra, pelos olhos. Foi assim com Eva no paraíso(Gênesis 3:6), foi assim com David(2 Samuel 11:2-4), e é assim com todos os homens. Jesus face a isto, diz"...se o teu olho direito te escandalizar arranca-o...".Baseado, na interpretação literal destes versículos, um dos Pais da Igreja...castrou-se a si próprio, não é isto que Jesus está dizendo...o que Jesus nos diz aqui, é que, se sentirmos o estimulo para pecar, devemos fugir desse pecado. Bem sei, que o conceito de pecado, é hoje posto em causa, pelo pensamento contemporâneo, porém ainda hoje, o adultério é mal visto...e não importa como o chamemos...pecado é sempre pecado, seja no Século X ou no Século XXI. Além disso, adultério, aqui, não é apenas o sexo extra conjugal...mas a própria fornicação, ou o sexo antes do casamento. A sociedade e as suas regras pode mudar, mas Deus nunca muda.

Os Caminhos para Deus

Se observarmos o universo religioso atual e pensarmos naqueles pensadores ateus, que tinham vaticinado...a morte de Deus, para este Século, veremos como eles falharam nas suas previsões e o homem contemporâneo é profundamente religioso. Na verdade, vivemos na Era do pluralismo e se é verdade que existem hoje muitos ateus e agnósticos, também é verdadeiro, que existem muitos mais homens religiosos, e por consequência, muitas mais religiões, para todos os gostos e feitios...existe mesmo, pasme-se, religião para ateus...ou ritos religiosos para homens ateus, que querem ter experiencias religiosas, sem contudo precisarem de crer em Deus. Nesta religião do faz de conta...cantam-se hinos religiosos e fazem-se cerimónias, por pura estética...sem conteúdo. Na verdade, só podemos entender, esta expansão do religioso, pelo vazio da nossa era, sem referencias absolutas...pela insatisfação existencial do homem pós moderno. Porém, a religião do homem atual, caracteriza-se, por uma negação do conceito de pecado, pela ausência de valores morais absolutos e consequentemente pelo relativismo. Existe uma nova espiritualidade, em que Deus é tudo e tudo é Deus. Esta espiritualidade tem aspetos múltiplos e aparentemente antagónicos...por um lado o pragmatismo e o racional...por outro o misticismo. Esta nova espiritualidade, admite a existência de espiritas, budistas, taoistas, hindus, fé bá há, siks, rosa cruzes, xintoístas, confucionistas, cientologistas e outros mais. Até existem, cultos ovnilógicos, que defendem a teoria, de que somos fruto da manipulação genética por parte de extra terrestres...só por curiosidade, estes cultos, dizem qua a palavra hebraica HELOIM, que é plural e designa, um dos nomes de Deus, quer dizer DEUSES e é o nome da raça extra terrestre que criou o homem.
    Mas o que tem a dizer, a Bíblia, sobre esta Babilónia religiosa? Na primeira Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 4 verso 1, diz: MAS o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios...É significativo que Paulo fala aqui de uma era, em que haviam de surgir falsas doutrinas, oriundas de demônios. Existem outras passagens na Bíblia, falando destes falsos profetas, numa dessas passagens, Jesus Cristo, em Mateus 24:11 diz: E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. Jesus diz em João 14:6, para que não haja duvidas: ...Eu sou o caminho, e a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim. Muito mais haveria a dizer, mas o essencial é saber, que Jesus Cristo é a Verdade encarnada...seguindo-o a ele e á sua Palavra, a Bíblia, não entraremos em confusão.
  

A Tragédia e o Conceito de Deus

A Tragédia Grega, tem milhares de anos, ainda assim, merece um olhar atento sobre ela e a sua Cosmovisão. A Tragédia Grega, tem a sua gênese nos antigos ritos de fertilidade helénicos e tem o seu culminar, no espirito Dionisico incorporando todos os mitos Gregos. Um dos autores mais prolíficos, foi Esquilo, havendo igualmente outros mais. O que ressalta em todos eles é o conceito do deus...ou melhor dos deuses. Antes de entrar neste tema, convém realçar, que a Tragédia Grega era um dos ritos, no culto aos deuses e é a primeira forma de teatro conhecida. Tinha como recurso o uso da máscara pelos atores e o culminar, no coro, normalmente os portas vozes dos deuses...mas passemos ao conceito dos deuses...ou de Deus, que é o nosso objetivo final. Segundo o pensamento coletivo dos Gregos, o deus, ou os deuses, eram arbitrários, cruéis, invejosos...e se por vezes favoreciam caprichosamente os humanos, no final castigavam-nos com a sua ira. Por sua vez os humanos, procuravam por regra a sua própria liberdade e autonomia, frente á vontade dos deuses, culminando na tragédia pessoal, por causa da arbitrariedade dos deuses...e a sua justiça. Não é preciso ser erudito, basta ser observador, para ver que este conceito do deus ou dos deuses, foi absorvido pelo homem contemporâneo...para caracterizar Deus. O homem pós moderno, procura conquistar o Olimpo, ou o Paraíso...a todo o custo, ser deus de si próprio, frente a Deus. Na verdade o pensamento ateu, não é mais do que esta tentativa de procurar a imortalidade a todo o custo, procurando destronar Deus...caracterizando-o, como arbitrário, tirano e implacável, só que esta tentativa, culmina na morte...tendo o seu quê de trágico, segundo o espirito Grego.
   Mas será Deus, esse tirano arbitrário, como o pintam os ateus? De maneira nenhuma, o Deus da Bíblia é compassivo, para com os homens, tendo feito uma ponte para o mesmo, através de Jesus Cristo. É verdade que o Deus da Bíblia é absoluto...mas a sua justiça não é arbitrária, caracterizando-se pela Santidade Absoluta. Estas duas visões de Deus, a antropomórfica, segundo o espirito da Tragédia, e a Judaico-Cristã...são paralelas persistindo ambas, até ao dia em que Cristo reinar Absolutamente, na terra e na Eternidade.

No Principio

No Principio criou Deus os céus e a terra.
Gênesis 1:1


Muito tem sido dito sobre a origem da terra e do Universo, muitas datas sobre a sua idade, propostas, muitas teorias e tantas como os homens que as enunciaram. A mais corrente é a teoria evolucionista e esta tem muitas versões, e pasme-se...até há pessoas que creem em Deus, que creem que ele o fez, através da evolução, chama-se a esta teoria evolucionismo cristão...em contraste com o evolucionismo clássico, que é ateu. Quer isto dizer que existe uma outra corrente, que entende, que foi Deus quem criou a terra...em seis dias. Se atentarmos para este pormenor, diremos...como pôde Deus criar tudo em apenas seis dias? Não será mais credível a teoria evolucionista, que entende que a terra e o Universo têm muitos milhões de anos? Aparentemente este raciocínio está correto, no entanto o evolucionismo, e principalmente o evolucionismo ateu, falha num ponto, como surgiu a matéria que compõem o Universo...se não existe Deus? Mais ainda, a teoria evolucionista diz que o Universo surgiu através de uma explosão chamada Big Bang...de onde veio toda essa energia, necessária para essa mesma explosão? São muitas perguntas e nenhumas respostas. Depois há aqueles que dizem que o Universo criou-se a si próprio...e que este é eterno...mas isto só avoluma o mistério e não responde a nada.
   Mas eis que a Bíblia, diz taxativamente...No principio criou Deus os céus e a terra...há medida que o texto avança, diz que Deus demorou seis dias a fazer toda a criação e no sétimo descansou. Absurdamente simples...No principio criou Deus os céus e a terra. Quanto aos seis dias, está escrito noutra parte, QUE UM DIA PARA DEUS É COMO MIL ANOS E MIL ANOS COMO UM DIA...assim sendo, Deus Todo-Poderoso, tanto pôde ter criado o Universo e a terra, em seis dias de 24 horas, como em seis mil anos, seis milhões de anos...ou outro numero qualquer, há alguma coisa que pode limitar Deus? Na verdade não estou muito preocupado em saber COMO criou Deus o Universo, mas satisfaz-me saber que foi ele...ou seja QUEM. Tudo muda quando temos esta visão...até o modo como conduzimos a nossa vida...e COMO A VIVEMOS.

Um Novo Ano

Estamos em 2014, o novo ano, é tempo de fazer escolhas, renovar votos...sobretudo, também, corrigir caminhos errados. Que neste novo ano possamos direcionar as nossas vidas, em direção á vontade de Deus. Muitas vezes, no percurso da nossa vida, tomamos decisões precipitadas, fazendo unicamente a nossa vontade...confundindo-a com a vontade de Deus, que possamos ver claro, com o colírio, e harmonizar os nossos caminhos, com o caminho de Deus. Que este ano seja realmente novo, e não a repetição dos mesmos caminhos anteriores, que possamos direcionar corretamente as nossas vidas, esse é o meu desejo....Que Deus vos abençoe.